Crescemos em um mundo que nos ensinam a viver em fantásticas
utopias, mas nos cobram dramáticas realidades que não estamos prontos para
aceitar. Temos capacidade de atuarmos nossas histórias em meio às mentiras,
protagonizando um falso sorriso, mas com pensamentos sádicos e, em quase todos
os atos, misantrópicos.
Não existe um único ser vivente que não tenha acolhido a
morte como companheira, mesmo que por alguns segundos ou em pensamentos
ocasionais, mas mente – ou continua atuando – quem diz nunca ter desejado a
morte ou um final “diferente” a alguém ou a si próprio. O que importa mesmo é
que todos já tiveram vontade de mudar o roteiro a seu proveito e benefício. Ser
o protagonista da própria história faz brotas uma desculpa necessária e natural
em nossa vida: o egoísmo. Essa máscara não está presente em nenhum rosto, mas
está sempre conosco. Nosso maior segredo.
O ápice dessa clássica representação, nomeada Vida, tem início
quando começamos a dividir nossos palcos com outros personagens, mas ainda cabe
a nós decidirmos os papéis disponíveis para esse novo elenco. Seja vilão ou
herói. Seja uma vítima qualquer ou um inocente mocinho. Uma paixão platônica ou
o amante. Por que não um figurante qualquer? Eles vão passar por nossa tragédia.
Alguns passarão despercebidos, enquanto outros ficarão, mas não os notaremos. É
melhor fingir que passou. Segue-se o ato.
No fim, para que as cortinas da vida se fechem, fingimos que
tudo sempre teve cor e flores! Fomos felizes, na maior parte do tempo – mesmo você,
agora, fingindo ter sido o tempo todo –. Esperamos, com medo, e fingimos
coragem na busca pelo “final feliz”,
mas a verdade cruel é que não percebemos que ninguém escreve roteiros com
tintas coloridas e que as flores que viriam não serão recebidas por nós. Foi
colocado um ponto final e já não faz diferença, nem teremos como saber, se
existe ou não os aplausos e o “para sempre”.
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