domingo, abril 20, 2014

Me despedir de mim

 Eu queria ter lhe dado adeus. Ter lhe mostrado as lágrimas que ficariam em meus olhos ao te ver partir. Dizer aquelas últimas palavras, que agora engasgam na minha mente dia-a-dia por tê-lo perdido sem dizer o que eu mais precisava. Queria deixar claro que jamais te esqueceria, mesmo sendo o que eu mais queria no momento. Esquecer-te, deixar-te ir, te ver morrer... Mostrar-te a dor que sinto por não tê-lo mais comigo, por não estar mais aqui! Eu podia chorar, eu queria sentir pena ou correr para teus braços e findar essa saudade, mas nada posso fazer. Tenho que me ver triste e medonho, para alegrar teu coração. Torno-me um verme em minha própria mente, comendo meus sonhos e deixando de lado meus tormentos, minhas saudades, minhas lembranças de você. E apesar de tudo isso, estou sorrindo nesse momento! Pois não me dei adeus e ainda tenho chance de me dizer que essa estrada leva lágrimas, mas não tem fim. Não vou me despedir de mim. Vou me aventurar.
 

quarta-feira, abril 09, 2014

Carta Jogada ao Mar

       Eu sempre tive vontade de escrever uma carta e jogá-la ao mar. A incerteza se um dia ela será lida ou por quem soa como uma aventura! Eu poderia escrever sobre mim ou sobre os acontecimentos de hoje para que me conhecesse um pouco mais. Só que sou diferente dos outros e quero brincar com você. Vou me apresentar, mas pelo que eu senti um dia...

       Estou parado em frente ao mar há pouco mais de cinco horas. Estou olhando as ondas virem com força e se chocarem contra a areia. A espuma e o cheiro forte de sal me fazem crer no impossível. Por que? Não faço a menor ideia. Deve ser o sol forte batendo na minha cabeça. Isso deve me causar alucinações ou me deixar confuso. Sério, já devo estar maluco.

       Essa foi a principal desculpa que dei em minha vida. “Devo estar maluco”. Era fácil usá-la quando não tinha certeza, ou tinha medo de tê-la. Eu a usava o tempo todo, principalmente se fosse para falar de amor. Um amor maluco! Quem iria acreditar, não é? Eu sentia! Era real! E era por isso que eu sofria. Eu acreditava que era real e que era único.


       Estou olhando o mar, ainda. Cada movimento de dele me lembra você. A onda subindo é você chegando. Ela crescendo, linda, é você se aproximando de mim com um sorriso. Eu amo sorrisos! Ela descendo, infelizmente, é você indo embora. A pior parte é quando ela toca a areia. Isso me lembra lágrimas, e a espuma que elas formam fazem parte de toda a raiva que senti de mim por ter te amado e de ti por não me escolher.

        É exatamente isso o que você deve estar pensando. Um amor não correspondido em algum lugar no mundo fez um cara sofrer. Fez... Mas ensinou ele a viver. Eu sofri muito ao ver meu amor partir confuso ou querendo arriscar a vida sem mim. Só que fiquei feliz. Meu amor estava bem sem mim. Melhor que isso, ele estava aprendendo a viver sem mim e a ser feliz! Tem sentimento melhor do que ver seu amor sorrindo e feliz? É assim que eu vivo. Eu sou diferente de muitos nesse mundo, mas quero ser exemplo para você. Sofra por amor, mas fique feliz por ter amado alguém que quer viver feliz. Amor platônico, burrice, masoquismo, amor. Esse é o mundo de todas as épocas. É o meu tempo e será o seu.


Foi um prazer te conhecer, mar. Meu mar,

Você já me conhece agora.



PS: Coloquei a carta em uma garrafa de refrigerante vazia para não pensar que sou um bêbado, mas as garrafas de cervejas vazias ficaram na areia. Cuidado onde pisa!