segunda-feira, março 17, 2014

Solitude em uma Carta de Adeus




Ei,

   Eu te amo. Quis começar a carta assim para que você jamais esquecesse disso. Servirá como conforto, ou só te deixarei ainda confuso. Eu quero dizer que vou partir. Não é como se fosse uma novidade pra você. Você é esperto! Não era só algo errado em mim, era algo acabado e quebrado em nós.
   Cada dia que passava eu perdia um pedaço meu por aí na esperança de você encontrar para me reconstruir. Há muito tempo faço isso e você não trouxe um único pedaço de volta. Não sei nem se conseguiu notar que faltava mais de “mim”.
   Não é de tudo sua culpa! Eu diria que não é quase nada. Eu me permiti me quebrar e esses cacos ferem a mim de uma forma muito mais profunda do que te feriu um dia. São esses ferimentos que evitávamos durante todo esse tempo, mas que enfim permitimos nos entregar a eles de forma que não cicatrizam mais. Dói muito!
   Eu vou partir. Vou para algum lugar, não feliz e confortável, mas que seja capaz de me reconstruir. Vou procurar um lugar em que eu possa colocar meu coração acima de minha cabeça. Eu preciso tanto disso, quanto você. Acredito que vai conseguir entender tudo o que estou dizendo em algum momento.
   Saiba que estarei sozinha, mas não só. Não estou me entregando à solidão. Não quero mais dor! Estou me entregando à solitude! Estou me entregando para o que for necessário pra mudar meu mundo. Meu eu! Não é triste nem deprimente, é só um longo caminho de profunda reflexão, sozinha.
   Andrew, não pense que jamais vou esquecer o que me fez. Seu sorriso será sempre a bússola que me indicará a felicidade que já tive. Só espero que suas lágrimas não manchem meu papel na sua história.
   Adeus. Eu vou partir agora! Eu estou com um pouco de medo, mas eu preciso te libertar do meu próprio sofrimento. Andrew, eu te amo tanto! Mas, sem querer te magoar, não posso ficar com você. Do fundo do que resta de sinceridade e carinho em mim, seja feliz. Seja aquilo que um dia fomos. Seja você. Forte!

Com amor, de quem um dia teve o seu,
Sarah Sconfortt.

Uma homenagem para André Solitude.

Nenhum comentário:

Postar um comentário